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Como priorizar os pacientes para realizar o seguimento farmacoterapêutico?

Atualizado: 2 de jul.

seguimento farmacoterapêutico

Em um contexto clínico hospitalar em que há uma grande quantidade de pacientes que utilizam, em sua maioria, múltiplos medicamentos, enfrentamos dificuldades para racionalizar o processo de monitorização farmacoterapêutica e selecionar aqueles pacientes que apresentam maior risco de sofrer com problemas relacionados a medicamentos.


Dessa forma, foram criadas escalas de riscos para facilitar a escolha de pacientes que requerem maior atenção e monitoramento farmacêutico. Aqui, vamos enfatizar a escala de risco de Martinbiancho.




Essa escala classifica os pacientes de acordo com o risco atribuído à idade, farmacoterapia estabelecida (incluindo aqui possíveis vias de administração de medicamentos) e alguns problemas de base que podem surgir, como problemas cardiopulmonares, renal, hepáticos e imunológicos (pacientes imunocomprometidos, por exemplo). Dessa maneira, essa escala se organiza da seguinte forma:

Seguimento farmacoterapêutico

Com base nos critérios e sua pontuação, podemos ter um somatório final que vai enquadrar nosso paciente em algumas classificações de risco, como:


  • Somatório ≥ 9 (Alto risco): pacientes com fatores de risco elevado, necessitando de prioridade no acompanhamento.

  • Somatório entre 5 e 8 (Risco moderado): pacientes intermediários, requerendo monitoramento, mas não de caráter emergencial.

  • Somatório ≤ 4 (Baixo risco): Pacientes que devem ser apenas observados e monitorados.


Para aprofundar ainda mais a aplicação deste instrumento, alguns pontos podem ser discutidos, por exemplo, podemos considerar todos os medicamentos intravenosos que o paciente usa? O que aqui seria considerado como um medicamento potencialmente perigoso?         

Ao analisarmos o texto original, percebemos que os autores não incluíram como risco os medicamentos intravenosos paracetamol, dipirona e metoclopramida, o que significa que eles não participaram do processo de validação do documento. Em relação aos medicamentos potencialmente perigosos, o ISMP define-os como: medicamentos de alta vigilância que possuem uma alta capacidade de causar danos ao paciente, quando utilizados de forma incorreta ou indevida. A seguir, apresentamos alguns medicamentos que foram considerados no processo de validação deste instrumento:

Medicamentos antineoplásicos (todos), Adenosina EV, Adrenalina EV. Amicacina EV, Amiodarona EV, Atracúrio EV, Pancurônio EV, Cloreto de potássio EV,Deslanosídeo EV, Dexametasona EV, Diazepam EV, Dopamina EV, DobutaminaEV, Esmolol EV, Estreptomicina EV, Fenitoína EV/OA, Fentanil EV, FlumazenilEV, Gentamicina EV Heparina EV, Hidrocortisona EV, Hidroxizina EV, InsulinaEV, lidocaína EV, succinato de metilprednisolona sódica EV, metoprolol EV, midazolam EV, morfina EV, naloxona EV, nitroglicerina EV, nitroprussiato EV,Noradrenalina EV, Prometazina EV, Rocurônio EV, Succinilcolina EV, Teicoplanina EV, Vancomicina EV, Varfarina OA.

 

Além desses medicamentos considerados pelos autores do estudo, vale apena conferir a lista do ISMP que aborda demais medicamentos considerados perigosos (https://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2022/09/MEDICAMENTOS-POTENCIALMENTE-PERIGOSOS-LISTAS-ATUALIZADAS-2022.pdf).


Dessa forma, o objetivo deste texto é demonstrar que existem técnicas que permitem racionalizar o direcionamento do seguimento farmacoterapêutico. É sabido que, em muitos casos, o farmacêutico ainda enfrenta dificuldades no início da jornada da farmácia clínica, dada a quantidade de pacientes, a variedade de medicamentos, as patologias distintas e, na maioria das vezes, não há um suporte adequado para o desenvolvimento do trabalho. 


O nosso objetivo é capacitar, guiar e fortalecer farmacêuticos clínicos e hospitalares, de forma a tornar a jornada mais leve e aumentar o reconhecimento profissional.


Referências


MARTINBIANCHO, Jacqueline K. et al. Development of risk score to hospitalized patients for clinical pharmacy rationalization in a high complexity hospital. Lat Am J Pharm, v. 30, n. 7, p. 1342-7, 2011.


DOS SANTOS, Luciana; TORRIANI, Mayde S.; BARROS, Elvino. Medicamentos na prática da farmácia clínica. Artmed Editora, 2013.


MEDICAMENTOS POTENCIALMENTE PERIGOSOS DE USO AMBULATORIAL E PARA INSTITUIÇÕES DE LONGA PERMANÊNCIA -LISTAS ATUALIZADAS 2022. Disponível em: <https://www.ismp-brasil.org/site/wp-content/uploads/2022/09/MEDICAMENTOS-POTENCIALMENTE-PERIGOSOS-LISTAS-ATUALIZADAS-2022.pdf>.

 

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