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Foto do escritorProf. João Victor Laureano

Dominando a Comunicação Clínica: Estratégias para Falar como um Médico e Ser Ouvido como um Farmacêutico

Médico

Como Falar Eficazmente com Médicos: Estratégias de um Farmacêutico


Hoje, quero compartilhar como desenvolvi habilidades essenciais para estabelecer comunicações verbais bem-sucedidas com médicos, garantindo que minhas intervenções sejam não apenas ouvidas, mas também implementadas de forma eficaz.



Taxas de Aceitação Esperadas e Primeiras Impressões


No ambiente clínico, alcançar uma taxa de aceitação de recomendações de 90% ou mais é um indicativo crucial de eficácia. Isso não apenas reflete a confiança mútua entre farmacêuticos e médicos, mas também assegura que as decisões terapêuticas sejam tomadas de maneira informada e colaborativa.


As primeiras impressões são fundamentais. Ao iniciar uma conversa, é vital captar imediatamente a atenção do médico e contextualizar a recomendação dentro da situação específica do paciente. Por exemplo, ao invés de simplesmente mencionar uma alteração na dosagem de um medicamento, iniciar com um contexto claro do paciente e sua condição específica pode fazer toda a diferença.


Planejando sua Conversa


Para garantir que minhas interações sejam estruturadas e persuasivas, adotei a ferramenta SBAR*. Esta abordagem organizada me permite introduzir-me, descrever a situação do paciente, fornecer um contexto detalhado, avaliar a situação com base em dados clínicos relevantes e, finalmente, fazer uma recomendação fundamentada e clara.


Exemplos de Aplicação do SBAR


Por exemplo, ao discutir o caso de um paciente recentemente internado com embolia pulmonar tratado com enoxaparina, não me limito a expressar preocupações com a dosagem; em vez disso, apresento dados como creatinina sérica e histórico médico relevante. Isso permite ao médico entender rapidamente minha recomendação de ajuste de dose baseada na função renal do paciente.


Outro cenário comum envolve a identificação de potenciais interações medicamentosas, como no caso de um paciente tratado com levofloxacino e sotalol para pneumonia. Ao explicar os riscos do prolongamento do intervalo QTc e sugerir alternativas terapêuticas, como ceftriaxona e doxiciclina, baseadas em dados específicos do paciente, facilito uma decisão informada e segura.


Respondendo às Perguntas dos Médicos


Além de iniciar conversas, muitas vezes sou abordado por médicos com perguntas específicas que, na verdade, escondem questões mais amplas. Utilizar técnicas para descobrir a verdadeira questão por trás dessas consultas é essencial. Isso envolve fazer perguntas detalhadas sobre o paciente e seu histórico, garantindo que minha resposta seja precisa e relevante para o contexto clínico completo.


Conclusão


Em resumo, minha abordagem como farmacêutico para estabelecer comunicações eficazes com médicos se baseia na compreensão profunda dos casos dos pacientes, na utilização estratégica da ferramenta SBAR para estruturar conversas e na habilidade de descobrir e abordar as verdadeiras necessidades dos médicos por trás de suas consultas. Esta metodologia não apenas fortaleceu minha colaboração com equipes médicas, mas também melhorou significativamente a implementação de minhas recomendações em benefício dos pacientes.


Se você também está interessado em aprimorar suas habilidades de comunicação no ambiente clínico, explore técnicas como o SBAR e pratique a arte de fazer perguntas para entender melhor as necessidades dos médicos e dos pacientes na nossa Pós-graduação em Farmácia Clínica e Hospitalar



*O mnemônico SBAR (do inglês Situation, Background, Assessment and Recommendation) significa Situação, Breve Histórico, Avaliação e Recomendação.

 

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Precisamos ser acertivos na nossa comunicação!

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