Inibidores da Receptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN): mecanismo de ação, clínica e reações adversas.
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Foto do escritorGessualdo Junior

Inibidores da Receptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN): mecanismo de ação, clínica e reações adversas.

Atualizado: 21 de jun.

Inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN)

Os inibidores da recaptação de serotonina e noradrenalina (IRSN) são fármacos bastante empregados nos quadros cínicos de depressão. Eles atuam praticamente nos neurônios serotoninérgicos e adrenérgicos. Sendo que uma das vantagens desses fármacos é relacionado a baixa atuação nos receptores colinérgicos e histaminérgicos, o que vai refletir em menos efeitos colaterais quando comparado a outras classes de antidepressivos.


Mecanismo de Ação dos IRSN


O mecanismo de ação dos IRSN é basicamente inibir os transportadores pré-sinápticos de recaptação da serotonina (SERT) e adrenalina (NET). Isso faz com que a serotonina e adrenalina se concentrem por mais tempo na fenda sináptica e exerçam seus efeitos nos neurônios pós-sinápticos.


Mecanismo de ação dos IRSN

Os principais representantes dessa classe farmacológica são a venlafaxina e seu metabólito, desvenlafaxina, a duloxetina e levomilnaciprana.  Cada um desses fármacos pode ter efeitos mais pronunciados em alguns dos transportadores, alguns com perfil mais voltado para recaptação de serotonina e outros para adrenalina. Isso vai depender, principalmente, da dose administrada. Por exemplo, venlafaxina é inibidor com maiores atividade inibitória para o SERT, em contrapartida, a duloxetina, desvenlaxina e levomilnaciprana inibem de maneira equilibrada ambos os transportadores. 


Farmacocinética e Interações medicamentosas na clínica


Um dos principais pontos farmacocinéticos envolvendo esses fármacos é quanto à sua metabolização hepática; a venlafaxina, por exemplo, é metabolizada pela enzima CYP2D6. E, como já é bem estabelecido, muitos outros fármacos podem interagir com essa enzima, podendo induzi-la ou inibir suas atividades metabólicas, o que pode impactar na meia vida da venlafaxina, podendo reduzir ou aumentar sua meia-vida plasmática, respectivamente. 


A duloxetina pode inibir de maneira moderada a CYP2D6, o que também vai impactar na farmacocinética de outros medicamentos que são metabolizados por essa via, por isso é essencial avaliar constantemente o perfil farmacoterapêutico dos pacientes que estão em uso desses medicamentos, as chances de haver interações medicamentosas são altas. 


Uma interação importante, é quando há o uso concomitante de um IRSN e algum antidepressivo da classe dos IMAOs (inibidores da monoamino oxidasae), como isocarboxazida, fenelzina e selegina. Essa interação pode levar a quadros de reação serotoninérgica e crises hipertensivas. O recomendado é um intervalo de duas semanas entre a substituição dos antidepressivos. 

 

Emprego Clínico dos IRSN


Os IRSNs são utilizados em alguns transtornos, como os depressivos, ansiedade e pânico. Outras indicações terapêuticas, incluem:  dor crônica neuropática e diabética, dores musculoesqueléticas e fibromialgia. Eles também são utilizados nos transtorno obsessivos-compulsivo.  


Principais reações adversas


As reações adversas esperadas para esses fármacos vão depender do fármaco utilizado dessa classe e sua dose administrada. Por exemplo, a venlafaxina pode ocasionar sonolência, insônia e agitação, a nível do sistema nervoso central; além disso, outra reação de baixo risco, como sangramento gastrointestinal já foi descrito também para venlafaxina. Já quando administrada em doses mais elevadas, a venlafaxina pode ocasionar crises hipertensivas e alteração da função cardíaca. 

Um importante efeito indesejado que pode impactar na adesão ao tratamento, é a disfunção sexual, que também é relacionada com uma variedade de antidepressivos, incluindo os IRSN.  

 

Referências


UPTODATE. Craig Nelson. Serotonin norepinephrine reuptake inhibitors:  Pharmacology, administration, and side effects. Acesso em 16 de Junho de 2024. 

 

DEBATTISTA, C. Agentes antidrepressivos. In: Farmacologia Básica e Clínica. Porto Alegre: Artmed, [s.d.]. p. 510–530


NADAL-VICENS, Mireya; CHYUNG, Jay H.; TURNER, Timothy J. Farmacologia da neurotransmissão serotoninérgica e adrenérgica central. Princípios de Farmacologia-A Base Fisiopatológica da Farmacoterapia, v. 922, p. 186-202, 2009

 

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