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Foto do escritorAmanda Arruda

O que faz o farmacêutico na oncologia?

Atualizado: 17 de jul.

oncologia

O farmacêutico especializado em oncologia desempenha múltiplas funções essenciais para o cuidado centrado no paciente através da farmacoterapia. Ele atua fundamentalmente para garantir a segurança, eficácia e qualidade do tratamento do câncer. Ao longo de mais de 50 anos, esses profissionais especializados têm desempenhado um papel importante na equipe de saúde, proporcionando cuidados diretos aos pacientes e contribuindo significativamente para as decisões terapêuticas e garantia da seguraça aos quimioterápicos e demais terapias antineoplásicas. Neste artigo, vamos detalhar a evolução desse papel e a importância do farmacêutico oncológico na jornada do paciente com câncer.



Evolução do Papel do Farmacêutico Oncológico:


Inicialmente, os farmacêuticos oncológicos estavam centrados em ambientes farmacêuticos tradicionais, focando em garantir a segurança na dispensação de medicamentos relacionados ao câncer. Com avanços tecnológicos e treinamento especializado em cuidados diretos ao paciente, esses profissionais expandiram suas funções, tornando-se membros integrais das equipes de tratamento oncológico. Sua atuação se estende desde a educação dos pacientes e cuidadores sobre terapias até a contribuição para o desenvolvimento de diretrizes e padrões de cuidado em oncologia


O que diz a Resolução do CFF nº 640/2017?


De acordo com a Resolução do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 640/2017, que estabelece critérios mínimos para a atuação do farmacêutico em oncologia, a preparação de antineoplásicos e medicamentos de alto risco ocupacional deve ser realizada exclusivamente por farmacêuticos em estabelecimentos de saúde públicos ou privados.


Para exercer essa atividade na área de oncologia, o farmacêutico precisa atender a pelo menos um dos seguintes critérios, validados pelo Conselho Regional de Farmácia de sua região:


a) Possuir título de especialista emitido pela Sociedade Brasileira de Farmacêuticos em Oncologia (Sobrafo);

b) Ter concluído uma residência na área de Oncologia;

c) Ser egresso de programa de pós-graduação reconhecido pelo Ministério da Educação (MEC) relacionado à farmácia oncológica;

d) Ter experiência de 3 anos ou mais na área de oncologia, comprovada por documentação como Carteira de Trabalho ou contrato de trabalho, que descreva as atividades realizadas e o período de atuação.


Esses critérios têm o objetivo de garantir que os farmacêuticos que atuam na preparação de antineoplásicos e medicamentos na oncologia possuam a qualificação necessária para assegurar a segurança e a eficácia desses processos, contribuindo para a qualidade do tratamento dos pacientes com câncer.


Manipulação de quimioterapia e antineoplásicos


O farmacêutico é responsável por organizar o fluxo de manipulação e preparo de quimioterápicos, anticorpos monoclonais, terapias alvo, imunoterapias e terapias biespecíficas, assegurando que cada medicamento seja preparado de maneira correta e segura. Esta função envolve a padronização dos processos e uma supervisão rigorosa para prevenir erros que possam comprometer a segurança do paciente. Todas essas atividades deverão são realizadas em conformidade com a Resolução RDC Nº 220, de 21 de setembro de 2004, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), que estabelece normas rigorosas para o funcionamento dos Serviços de Terapia Antineoplásica (STA).


Monitorização e Adaptação de Terapias


A monitorização contínua dos pacientes durante o tratamento antineoplásico é essencial para ajustar as terapias conforme necessário. O farmacêutico oncológico avalia interações medicamentosas, ajusta doses, sugere modificações terapêuticas para otimizar a eficácia do tratamento e minimizar reações adversas, minimizando náuseas e vômitos, por exemplo. E também participa do desenvolvimento e Implementação de Protocolos e Diretrizes

O farmacêutico participa na elaboração e implementação de protocolos de tratamento e diretrizes clínicas que asseguram o uso racional e seguro dos medicamentos.


Controle de Qualidade e Segurança


A segurança do paciente é a prioridade máxima no controle de qualidade, especialmente no preparo de quimioterápicos e outros antineoplásicos. O farmacêutico especializado atua na vigilância constante para a detecção precoce de contaminações, garantindo um ambiente seguro para a preparação desses medicamentos. Isso inclui a segurança do paciente, do manipulador e do meio ambiente, assegurada pelo uso correto de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), Equipamentos de Proteção Coletiva (EPCs) e outros equipamentos de segurança, além da adesão a rígidos protocolos de boas práticas de manipulacão minimizando riscos e protegendo a saúde de todos os envolvidos no serviço de terapia antineoplásica.


Farmacovigilância e Acompanhamento de Efeitos Adversos


A farmacovigilância refere-se às atividades de detecção, avaliação e prevenção de efeitos adversos relacionados aos medicamentos. E o farmacêutico têm papel central coletando e analisando dados sobre reações adversas, interações medicamentosas e eventos adversos, o farmacêutico ajuda a identificar potenciais problemas precocemente, implementando medidas corretivas para garantir a segurança dos pacientes. Além disso, sua comunicação rápida e organizada sobre de riscos e informações sobre a segurança dos medicamentos contribui para a conscientização e uso adequado dos medicamentos da equipe multiprofissional e institucional, objetivando a promoção da saúde do paciente oncológico.


Gestão de Estoques e Logística de Medicamentos


Gerenciar adequadamente os estoques de medicamentos antineoplásicos é uma tarefa complexa e essencial. O farmacêutico garante que os medicamentos estejam disponíveis na quantidade necessária e com a validade adequada, evitando perdas e desabastecimentos que possam comprometer o tratamento dos pacientes. Importante reforçar que os medicamentos antineoplásicos devem ser armazenados em local separado aos demais medicamentos.


Pesquisa e Desenvolvimento


Os farmacêuticos oncológicos também estão envolvidos em atividades de pesquisa, buscando constantemente novas terapias e melhorias nos tratamentos existentes. Essa participação ativa na pesquisa clínica contribui para o avanço da ciência e para a disponibilização de tratamentos inovadores e mais eficazes.


Custos


A atuação dos farmacêuticos é de significativa importância para a economia dos custos na área da saúde, especialmente no contexto da oncologia. Estudos têm demonstrado que intervenções clínicas realizadas por farmacêuticos especializados podem resultar em enormes economias financeiras para as instituições de saúde. Por exemplo, a análise de um período de seis meses de intervenções por farmacêuticos de oncologia ambulatorial em um centro de câncer estimou um valor anualizado em torno de $1.1 milhões em economia. Isso se deve ao manejo eficiente de protocolos de tratamento, educação ao paciente, administração de fármacos e gestão de quimioterapia oral, entre outros. Cada uma dessas atividades contribui para evitar custos adicionais decorrentes de eventos adversos, erros de prescrição e outras complicações médicas, evidenciando assim a relevância econômica e clínica destes profissionais na otimização dos recursos e melhoria dos cuidados aos pacientes.



O farmacêutico também deve estar preparado para tratar o perfil diferenciado do paciente oncológico. Assita o vídeo e a Coordenadora do Nosso curso az uma provocação sobre o papel fundamental do farmacêutico na farmácia oncológica no cuidado e tratamento de pacientes com câncer. O suporte farmacêutico pode impactar positivamente a qualidade de vida e o sucesso do tratamento. Saiba como a expertise e dedicação desses profissionais contribuem para a segurança, eficácia e bem-estar dos indivíduos em tratamento oncológico.





Referências


  • El Baba K, Awada S, Deeb ME, El-Lababidi R, Largacha Hernandez JI, Rajha E, et al. The Role of Clinical Pharmacists in Preventing Drug-Drug Interactions in Cancer Patients: A Comprehensive Review. Pharmacy (Basel). 2020 Sep 14;8(3):130. doi: 10.3390/pharmacy8030130. Available from: https://www.mdpi.com/2226-4787/8/3/130.

  • Ruder AD, Smith DL, Madsen MT, Kass FH. Is there a business case for ambulatory care pharmacy practice? Am J Health Syst Pharm. 201

  • Patel MP, Barbour SY, Moorman MT. Value Assessment of Oncology Pharmacist Interventions. J Adv Pract Oncol. 2023;14(4):329-331. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC10258854/pdf/jadpro-14-329.pdf


 

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