Imagem: Ricardo Wolffenbüttel / SECOM (SC)
O que são os protocolos de tratamento na oncologia?
Na oncologia, os protocolos de tratamento são essenciais para garantir que cada paciente receba o cuidado mais adequado para sua condição específica. Dessa forma, os tratamentos são altamente dependentes do estabelecimento desses protocolos. Eles determinam os ciclos de tratamento, as dosagens e a sequência de administração dos medicamentos, garantindo que cada paciente receba o cuidado mais adequado para sua condição específica. O cumprimento rigoroso desses protocolos maximiza a eficácia do tratamento e minimiza os riscos de efeitos adversos.
Tratamentos oncológicos em constante evolução
A oncologia é uma área em constante evolução. A busca por tratamentos mais eficazes e menos tóxicos leva à atualização frequente dos protocolos de tratamento. Essas inovações têm o objetivo de melhorar os resultados para os pacientes e, quem sabe, estampar nos jornais a manchete “foi encontrada a cura do câncer”.
Qual é o papel da pesquisa clínica na oncologia?
A pesquisa clínica é fundamental para o desenvolvimento de novos protocolos terapêuticos, principalmente na Oncologia. Antes de chegar à fase clínica, os medicamentos passam por etapas pré-clínicas, onde são testados em laboratório para avaliar sua toxicidade e potencial terapêutico. Somente após esses testes iniciais, os medicamentos podem ser testados em seres humanos para verificar sua segurança e eficácia. A pesquisa pré-clínica envolve estudos laboratoriais para avaliar a toxicidade, o mecanismo de ação e o potencial terapêutico das novas substâncias.
Como a pesquisa clínica impacta os tratamentos atuais e futuros?
Os protocolos utilizados atualmente em pacientes com câncer, assim como os futuros tratamentos, têm origem na pesquisa clínica. Esse processo garante que os “tratamentos de ouro” ofereçam a melhor eficácia para os pacientes, além de proporcionar uma visão do que estará disponível no mercado nos próximos anos. A pesquisa clínica é o presente e o futuro da Oncologia.
Quais são as modalidades de pesquisa clínica?
Existem duas modalidades principais de pesquisa clínica: a pesquisa de iniciativa da indústria e a pesquisa de iniciativa do investigador. Cada uma delas tem características específicas que influenciam o desenvolvimento de novos tratamentos.
Pesquisa de iniciativa da indústria
Na pesquisa de iniciativa da indústria, empresas farmacêuticas desenvolvem novos medicamentos e conduzem todo o processo de pesquisa pré-clínica e clínica, incluindo a coleta e análise de dados, financiando todo o processo. O objetivo principal é obter aprovação regulatória para que o medicamento possa ser comercializado e utilizado clinicamente.
Pesquisa de iniciativa do investigador
A pesquisa de iniciativa do investigador é conduzida por pesquisadores acadêmicos ou clínicos que desenvolvem suas próprias perguntas de pesquisa, sem influência direta da indústria. Essa modalidade também é conhecida como estudo clínico independente. Embora possa ser financiada por diversas fontes, incluindo entidades governamentais, instituições acadêmicas ou fundações, essa modalidade oferece maior autonomia ao investigador, permitindo a exploração de questões clínicas relevantes que podem não ser prioritárias para a indústria, como as questões clínicas de relevância local. A pesquisa de iniciativa do investigador contribui significativamente para o conhecimento científico e para a prática clínica baseada em evidências.
Qual é o papel do farmacêutico na pesquisa clínica oncológica?
O farmacêutico é um profissional crucial em todas as fases da pesquisa clínica, especialmente na oncologia. Ele é responsável pela seleção e manejo dos medicamentos utilizados nos estudos, além de participar da elaboração e revisão dos protocolos clínicos, garantindo que os esquemas terapêuticos sejam seguros e eficazes para os pacientes.
Como o farmacêutico atua na prática dentro da pesquisa clínica?
Na prática, o farmacêutico oncológico supervisiona o ciclo de assistência farmacêutica, envolvendo os medicamentos sob investigação, desde a manutenção das condições ideais de armazenamento dos medicamentos até a orientação da equipe multidisciplinar sobre sua administração. Ele assegura que todos os medicamentos sejam preparados conforme as instruções e que eventuais desvios do protocolo sejam evitados para garantir a segurança do paciente. Qualquer desvio das orientações do protocolo pode ser considerado um erro grave para a segurança do paciente.
Conclusão
A pesquisa clínica em Oncologia é crucial para o desenvolvimento de novos protocolos terapêuticos que salvarão vidas no futuro, contribuindo para o avanço da medicina. O farmacêutico, com sua expertise, contribui diretamente para o desenvolvimento dos protocolos até a garantia de sua correta aplicação na prática clínica. Sua participação ativa em todo o processo de pesquisa é vital para assegurar que os novos tratamentos sejam seguros, eficazes e utilizados da melhor maneira possível para beneficiar os pacientes oncológicos.
REFERÊNCIAS
International Council for Harmonisation. Guia de Boas Práticas Clínicas. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/guia-de-boas-praticas-clinicas-ich-e6-r2/view. Acesso em: 17 out. 2024.
BRASIL. RESOLUÇÃO Nº 509 DE 29 DE JULHO DE 2009. Disponível em: <https://www.cff.org.br/userfiles/file/resolucoes/509.pdf>. Acesso em: 17 out. 2024.
Sobre o autor Jonas Fernandes Vieira Filho
Farmacêutico graduado em Farmácia pela UFRN (2017) com Graduação sanduíche na De Montfort University – Inglaterra. Especialista com residência em Oncologia, Especialista em Terapia Intensiva (UTI). Possui Experiência com atuação em com farmácia clínica hospitalar e ambulatorial, drogaria e manipulação. Farmacêutico em Pesquisa Clínica – Membro de comitê de ética e pesquisa. Diretor da sociedade brasileira de farmácia clínica no Rio Grande do Norte.
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