A depressão e os transtornos de ansiedade são condições de saúde mental que afetam milhões de pessoas em todo o mundo, causando um impacto significativo na qualidade de vida. Em meio às diversas opções de tratamento, o escitalopram se destaca como um antidepressivo amplamente prescrito, reconhecido por sua eficácia e perfil de segurança.
Origem do Escitalopram
O escitalopram foi desenvolvido a partir do citalopram, um outro inibidor seletivo da recaptação de serotonina (ISRS). A inovação veio do isolamento do isômero S-enantiômero do citalopram, conhecido por ter a atividade antidepressiva desejada. Essa purificação resultou em um medicamento mais potente e com menos efeitos adversos, tornando o escitalopram uma opção preferida em muitos casos. Desde seu lançamento em 2002 pela Lundbeck, o escitalopram tem sido amplamente utilizado e estudado, consolidando-se como uma ferramenta vital no tratamento de transtornos depressivos e ansiosos.
Mecanismo de Ação
O escitalopram funciona aumentando a disponibilidade de serotonina no cérebro. Ele faz isso inibindo a recaptação de serotonina pelos neurônios, o que eleva a concentração desse neurotransmissor na fenda sináptica e melhora a transmissão serotoninérgica. Essa modulação é crucial para o alívio dos sintomas depressivos e ansiosos, já que a serotonina desempenha um papel fundamental na regulação do humor, ansiedade e comportamento social.
Usos Clínicos
O escitalopram é aprovado para o tratamento de várias condições, incluindo:
Transtorno Depressivo Maior (TDM): Indicado para reduzir os sintomas da depressão.
Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): Eficaz no alívio dos sintomas de ansiedade.
Transtorno de Pânico: Ajuda a diminuir a frequência e a intensidade dos ataques de pânico.
Transtorno de Ansiedade Social: Utilizado para tratar a ansiedade em situações sociais.
Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): Embora não seja a primeira linha de tratamento, pode ser utilizado em alguns casos.
Doses Utilizadas
A dose inicial recomendada de escitalopram varia dependendo da condição a ser tratada:
Depressão e TAG: A dose inicial típica é de 10 mg por dia, que pode ser aumentada para um máximo de 20 mg por dia após uma semana, se necessário.
Transtorno de Pânico: Inicia-se geralmente com 5 mg por dia durante a primeira semana para reduzir o risco de exacerbação do pânico, seguido de um aumento para 10 mg por dia. A dose pode ser ajustada até 20 mg por dia.
Transtorno de Ansiedade Social e TOC: As doses seguem um padrão semelhante, começando com 10 mg por dia, com possibilidade de ajuste conforme a resposta clínica.
Efeitos Adversos
Como qualquer medicamento, o escitalopram pode causar efeitos adversos, embora muitos pacientes os tolerem bem. Alguns dos efeitos adversos mais comuns incluem:
Náusea
Insônia ou sonolência
Fadiga
Boca seca
Sudorese aumentada
Disfunção sexual (diminuição da libido, dificuldades de ereção ou orgasmo)
Efeitos adversos menos comuns, mas mais graves, podem incluir:
Síndrome serotoninérgica (quando combinado com outros medicamentos que aumentam a serotonina)
Hiponatremia (baixos níveis de sódio no sangue)
Risco aumentado de pensamentos suicidas em jovens adultos e adolescentes, especialmente no início do tratamento
Interações Medicamentosas
O escitalopram pode interagir com outros medicamentos, e essas interações devem ser monitoradas cuidadosamente:
Inibidores da Monoamina Oxidase (IMAO): Pode causar síndrome serotoninérgica grave.
Anticoagulantes e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs): Pode aumentar o risco de sangramento.
Outros ISRS e antidepressivos: Pode aumentar o risco de síndrome serotoninérgica.
Medicamentos que afetam a função hepática: Podem alterar os níveis de escitalopram no sangue.
Marcas Disponíveis no Brasil
No Brasil, o escitalopram está disponível sob várias marcas, incluindo:
Lexapro: A marca mais conhecida, produzida pela Lundbeck.
Reconter
Exodus
Esc
Escilex
Informações sobre Lançamento e Curiosidades
O escitalopram foi desenvolvido pela Lundbeck e lançado no mercado em 2002. É o isômero ativo do citalopram, significando que é uma versão mais refinada e potencialmente mais eficaz do que o citalopram, com um perfil de efeitos colaterais mais favorável. Desde o seu lançamento, o escitalopram se tornou um dos antidepressivos mais prescritos globalmente, devido à sua eficácia e tolerabilidade.
Conclusão
O escitalopram continua a ser uma escolha popular e eficaz no tratamento de diversos transtornos mentais, graças ao seu mecanismo de ação específico, eficácia clínica comprovada e perfil de segurança favorável. À medida que a ciência avança, novas descobertas podem aprimorar ainda mais o uso deste medicamento, oferecendo esperança e alívio a milhões de pessoas que lutam contra a depressão e a ansiedade.
Para mais detalhes sobre o escitalopram, não deixe de assistir ao vídeo da série Psicopílula, onde discutimos mais profundamente o escitalopram e seu impacto na saúde. Assista agora e aprimore seu conhecimento sobre este importante medicamento!
Referências
Rush AJ, Fava M, Wisniewski SR, Lavori PW, Trivedi MH, Sackeim HA, Thase ME, Nierenberg AA, Quitkin FM, Kashner TM, Kupfer DJ, Rosenbaum JF, Alpert J, Stewart JW, McGrath PJ, Biggs MM, Shores-Wilson K, Lebowitz BD, Ritz L, Niederehe G; STAR*D Investigators Group. Sequenced treatment alternatives to relieve depression (STAR*D): rationale and design. Control Clin Trials. 2004 Feb;25(1):119-42. doi: 10.1016/s0197-2456(03)00112-0. PMID: 15061154.
Stahl S. Psicofarmacologia - Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas. 4ª ed. São Paulo: Medsi; 2014.
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