Zolpidem é um medicamento indicado para tratar a insônia, considerando um agente para o tratamento de insônia de curta duração, especialmente em casos de dificuldade para adormecer e/ou manter o sono. Estruturalmente diferente dos benzodiazepínicos, o zolpidem atua aumentando a atividade do neurotransmissor inibitório ácido γ-aminobutírico (GABA), essencial para diminuir a hiper excitação em pessoas com insônia.
Mecanismo de Ação do Zolpidem
O zolpidem possui uma ação agonista seletiva sobre o receptor GABA-ÔMEGA, modulando a abertura do canal de cloro. Este mecanismo resulta na hiperpolarização neuronal, inibição do potencial de ação e diminuição da excitabilidade neuronal, proporcionando efeitos sedativos e hipnóticos. Devido à sua seletividade para o sítio receptor BZ1, o zolpidem apresenta efeitos ansiolíticos, miorrelaxantes e anticonvulsivantes mínimos, ao contrário dos benzodiazepínicos que também atuam no sítio receptor BZ2.
Benefícios do Zolpidem:
Redução do tempo para adormecer
Menos despertares noturnos
Aumento na duração total do sono
Usos Clínicos do Zolpidem
O zolpidem é utilizado principalmente para o tratamento da insônia. No Brasil, ele é indicado para insônia de curta duração, caracterizada por dificuldades em adormecer e/ou manter o sono, especialmente em situações temporárias. Internacionalmente, além da insônia de curta duração, o zolpidem pode ser usado para insônia crônica, desordens do sono e em pacientes com doenças neurológicas que afetam o sono, como a síndrome das pernas inquietas.
Doses Utilizadas
A dose inicial recomendada de zolpidem para adultos é geralmente de 5 a 10 mg, administrada imediatamente antes de deitar. É importante seguir a orientação médica para ajustes de dose, se necessário. O uso prolongado deve ser evitado para reduzir o risco de dependência e tolerância.
Efeitos Adversos
Os efeitos adversos do zolpidem podem incluir:
• Sonolência no dia seguinte: pode afetar a alerta mental e aumentar o risco de acidentes.
• Comportamentos complexos relacionados ao sono: incluindo sonambulismo e outras atividades realizadas durante o sono sem recordação posterior.
• Efeitos psiquiátricos: alucinações, delírios, agressividade, e piora da depressão.
• Depressão respiratória: especialmente em pacientes com problemas respiratórios preexistentes.
• Reações alérgicas: anafilaxia e angioedema.
• Complicações hepáticas: hepatite colestática e hepatite hepatocelular.
• Lesão renal aguda: pielonefrite e outras complicações renais.
• Lesões acidentais: maior risco de quedas e fraturas.
Essas indicações refletem as orientações geralmente aceitas para o uso clínico do zolpidem, adaptadas às normas e práticas comuns tanto no Brasil quanto internacionalmente. Sempre é recomendado seguir as orientações médicas específicas e consultar um profissional de saúde para qualquer prescrição ou ajuste no tratamento com zolpidem.
Restrições e duração do Tratamento: em ambos os contextos, é enfatizado que o uso de zolpidem deve ser limitado e controlado devido ao potencial de desenvolvimento de tolerância, dependência e abuso.
Uso Pediátrico: o uso de zolpidem em crianças não é amplamente recomendado devido à falta de estudos suficientes que comprovem sua segurança e eficácia nessa faixa etária.
Informações sobre Lançamento e Curiosidades
Alterações na Receita do Zolpidem
A partir de 1º de agosto de 2024, a prescrição do zolpidem exigirá a Notificação de Receita B (azul), independente da concentração do medicamento. Anteriormente, as fórmulas com até 10 mg poderiam ser prescritas com receita branca de duas vias, mas essa flexibilização foi removida para garantir maior controle. Com isso, todos os prescritores precisam estar previamente cadastrados na vigilância sanitária para emitir tal receita.
Motivações para as Mudanças
Essas alterações foram motivadas pelo aumento no consumo e eventos adversos associados ao uso do zolpidem. Estudos mostraram que não há justificativa científica para um tratamento regulatório diferenciado para doses menores, levando à decisão de tratar todas as doses da mesma forma.
Implicações para Pacientes e Profissionais de Saúde
Pacientes que utilizam zolpidem precisarão de novas receitas azuis para continuar o tratamento sem interrupções. Os profissionais de saúde que ainda não estão cadastrados para emitir este tipo de receita devem se registrar junto às autoridades locais. Até 1º de dezembro de 2024, as empresas fabricantes deverão adaptar as embalagens para incluir tarja preta, conforme exigido para substâncias controladas na lista B1.
Referências:
Stahl S. Psicofarmacologia - Bases Neurocientíficas e Aplicações Práticas. 4ª ed. São Paulo: Medsi; 2014.
Zolpidem: Drug information. In: UpToDate, Post TW (Ed), UpToDate, Waltham, MA. (Acessado em 22 de junho de 2024). Disponível em: https://www.uptodate.com/contents/zolpidem-drug-information
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Medicamento zolpidem terá alteração no tipo de receita para prescrição e venda [Internet]. Brasília: Anvisa; 2024 [acesso em 22 jun 2024]. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/noticias-anvisa/2024/medicamento-zolpidem-tera-alteracao-no-tipo-de-receita-para-prescricao-e-venda
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