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Foto do escritorProf. João Victor Laureano

Você sabia que fármacos utilizados para depressão também são eficazes para outros transtornos além da depressão?

Atualizado: 11 de jun.




Você sabia que o citalopram, escitalopram, fluoxetina, paroxetina, sertralina (Inibidores Seletivos de Recaptação de Serotonina) mesmo sendo classificado como um antidepressivo tratam além da DEPRESSÃO outros transtornos, como: Ansiedade, Transtorno de Pânico, TOC (Transtorno obsessivo-compulsivo), Transtorno de ansiedade pós-traumático, Bulimia nervosa, Transtorno de compulsão alimentar, Transtorno disfórico pré-menstrual, Transtorno dismórfico corporal.


Essas são algumas perguntas que recebo frequentemente: "Professor porque eu fui diagnosticado com ansiedade e me prescreveram antidepressivo, qual a lógica? Porque me prescreveram antipsicóticos para insônia? Porque me prescreveram antidepressivo se eu tenho TDAH? Porque antidepressivo para dor crônica?". Bom, tenho certeza que você já se deparou com esta dúvida e saber desta informação pode ser crucial para o sucesso do seu tratamento. Um dos problemas principais e que dificultam muito o tratamento e a falta de adesão, muitos pacientes simplesmente não tomam o medicamento como prescrito, e isso muitas vezes acontece por falta de explicação do profissional de saúde, pois precisamos informar o paciente sobre o porquê da utilização de determinado medicamento, isso é educação em saúde. 


Vou simplificar para você entender o que acontece na prática:


Vamos supor que o paciente tenha insônia e teve prescrito quetiapina como tratamento, ao chegar em casa ele resolve ler a bula, e esta vai te trazer logo de cara a seguinte informação: "PARA QUE ESTE MEDICAMENTO É INDICADO? Em adultos, o hemifumarato de quetiapina é indicado para o tratamento da esquizofrenia". 


O que você acha que esse paciente vai fazer? Exatamente isso que você pensou, não vai tomar o medicamento, porque afinal ele não tem esquizofrenia, é aí começam os problemas referente a adesão ao tratamento. 


O que precisamos saber, é que os fármacos são divididos por classes farmacológicas (antidepressivos, anticonvulsivantes, antipsicóticos, etc..), essa classificação acontece pois cada um deles foi descoberto para um transtorno inicial e foi classificado em determinada classe, porém conforme vai sendo utilizado ao longo dos anos vão se descobrindo novas aplicações e potencialidades, porém a classificação inicial ou até mesmo em algum caso as bulas não são alteradas, por isso acaba gerando essa dúvida nos pacientes. 


Outra informação importante de saber é que no caso dos transtornos mentais o que acreditamos que esteja ocorrendo é um desbalanço na liberação de neurotransmissores como: serotonina, dopamina, noradrenalina, acetilcolina, gaba e glutamato, que podem estar diminuídos em alguns transtornos e aumentados em outros. Os fármacos em sua maioria tem a função de por algum mecanismo (seja, inibindo recaptação, inibindo enzima, agindo como agonista ou antagonista),  aumentar aqueles que estão diminuídos e bloquear aqueles que estão aumentados, em determinada área do SNC. Cada transtorno tem como base alterar algum destes neurotransmissores e muitos inclusive alteram o mesmo, como é o caso da depressão, ansiedade que ambas diminuem a liberação da serotonina na fenda sináptica e isso explica porque podemos ter uma classe de fármaco utilizada para ambos os casos. 


Ficou mais claro agora? Você sabia destas informações? 




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